O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, conseguiu sustentar os 160 mil pontos e encerrou a sessão desta sexta-feira (26) no campo positivo, apesar da menor participação dos investidores no período pós-Natal. O índice subiu 0,27%, aos 160.896,64 pontos, em um pregão marcado por movimentos pontuais de ajuste de carteiras e pela repercussão do cenário político.
De acordo com analistas, a liquidez reduzida já era esperada no intervalo entre o Natal e o Ano Novo. Em entrevista ao Broadcast, o sócio da One Investimentos, Guilherme Falcão, afirmou que o mercado reagiu também ao noticiário eleitoral, após a divulgação de levantamento do Instituto Paraná Pesquisas que mostrou avanço de Flávio Bolsonaro em uma eventual disputa de segundo turno contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em destaque no Ibovespa, os papéis da Petrobras avançaram levemente (ON +0,31% e PN +0,33%), pressionados pela queda do petróleo no mercado internacional. Já a Vale ajudou a sustentar o bom desempenho da Bolsa, com avanço modesto de 0,3%.
No setor financeiro, os bancos esboçaram recuperação ao longo da tarde após a divulgação de dados do Banco Central (BC) que apontaram recuo nas concessões de crédito, embora o segmento tenha permanecido sensível às incertezas eleitorais.
No recorte individual, a Braskem liderou os ganhos do dia, com valorização de 4,25%, enquanto as ações do Pão de Açúcar figuraram entre as maiores quedas do pregão, com baixa de 4,26%.
O dólar encerrou o dia em alta de 0,24%, cotado a R$ 5,54. A queda do petróleo no mercado internacional contribuiu para a valorização da moeda, mesmo após a venda de US$ 2 bilhões pelo Banco Central em leilões de linha cambial, que chegou a aliviar as cotações no início da sessão.
Nesta semana do Ano Novo, os mercados operam com liquidez reduzida, típica do fim de ano. No Brasil, a B3 não terá pregão na quarta-feira (31), enquanto as bolsas de Nova York devem abrir normalmente e apenas o mercado de Treasuries encerra as negociações mais cedo, às 16h.
Em contrapartida, os mercados financeiros de Portugal e Espanha funcionam em horário reduzido, e não haverá negociações na Alemanha e na Itália.
Ainda antes da virada do ano, a agenda segue relevante no Brasil com a divulgação de indicadores fiscais e de emprego, acompanhados de perto pelos investidores na avaliação dos próximos passos da política monetária.
A acareação de Vorcaro com o Banco Central também deve atrair atenção mesmo durante o recesso. Um contrato de R$ 129 milhões firmado entre o Banco Master e o escritório da advogada Viviane de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, por serviços ainda não detalhados, agita os bastidores políticos durante o recesso. No Congresso, deputados da oposição devem apresentar hoje um pedido de impeachment contra o ministro.
No Judiciário, o ministro Dias Toffoli marcou para amanhã, às 14h, uma acareação no STF entre Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino.
Segundo interlocutores da Corte, o objetivo é esclarecer quando o BC teve conhecimento das suspeitas. Toffoli também negou recurso do BC que contestava a realização do encontro direto entre Aquino e Vorcaro.
No cenário internacional, a expectativa é pela ata do Federal Reserve (Fed), prevista para esta terça-feira (30), dessa vez com apostas mais conservadoras para os juros americanos.
Em geopolítica, as conversas realizadas neste domingo entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky sobre um possível cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia ainda não avançaram para um acordo de paz. A indefinição segue influenciando o mercado de petróleo, enquanto as negociações permanecem em curso.
Seu dinheiro pode render mais! Receba um plano de investimentos gratuito, criado sob medida para você. [Acesse agora!]As Bolsas da Europa operam próximas da estabilidade no retorno do feriado de Natal, em um pregão marcado pela queda das ações do setor de defesa.
O movimento ocorre após conversas entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, que reacenderam a expectativa de um possível acordo de paz, cenário que poderia reduzir os gastos militares e a demanda por equipamentos de defesa na Europa.
A italiana Leonardo SpA foi uma das mais afetadas, acumulando perda de 3,96% na manhã desta segunda-feira. As alemãs também registraram quedas, com destaque para a Rheinmetall (-2,32%) e a Hensoldt (-2,19%), além da gigante britânica BAE System, em queda de 1,26%.
Na Ásia, os mercados iniciaram a semana com desempenho misto e clima tenso em meio à crise entre China e Taiwan após o exército chinês anunciar que realizará exercícios militares no entorno da ilha, num claro sinal de aviso às forças separatistas de Taiwan.
Shanghai SE (China) fechou em leve alta de 0,04%, enquanto o índice Nikkei no Japão registrou perdas de 0,51% e o Hang Seng em Hong Kong, de 0,71%.
Em Nova York, os índices futuros operam com viés negativo às vésperas da ata do Fed, em meio a apostas mais conservadoras para os juros e tendência de liquidez reduzida devido aos feriados de Natal e Ano Novo.
Confira os principais índices do mercado:
Nos EUA, a divulgação da ata do Fed está prevista para esta terça-feira (30), com as apostas indicando manutenção dos juros em janeiro e reduções limitadas a até 50 pontos-base ao longo de 2026, segundo dados da plataforma do CME Group.
Na agenda americana de hoje serão conhecidos os números de vendas pendentes de imóveis referentes a novembro, às 12h, e os dados de estoques de petróleo divulgados pelo Departamento de Energia (DoE), às 12h30.
Já nesta terça-feira, o ISM de Chicago publica o PMI de dezembro e na quarta-feira (31) sai a pesquisa semanal da ADP sobre o mercado de trabalho e os pedidos de auxílio-desemprego.
Na sexta-feira (2), será divulgada a leitura final do PMI industrial da S&P Global para os Estados Unidos, zona do euro, Alemanha e Reino Unido.
No Japão, o resumo das discussões da última reunião do Banco do Japão (BoJ) indicou espaço para novas elevações da taxa de juros, com avaliação de que a economia deixou para trás um período de crescimento fraco, reduzindo o risco de estagnação dos preços.
No Brasil, o cenário fiscal segue no centro das atenções no fim do ano. O Tesouro Nacional divulga hoje, às 14h30, o resultado das contas do Governo Central, com expectativa de déficit primário de R$ 13,25 bilhões, após o superávit de R$ 36,527 bilhões registrado em outubro.
As estimativas do mercado variam de um resultado negativo de R$ 35,9 bilhões a um leve saldo positivo de R$ 262 milhões.
Na agenda desta terça-feira, saem indicadores relevantes do mercado de trabalho: a Pnad Contínua, às 9h, com projeção de taxa de desemprego estável em 5,4% no trimestre encerrado em novembro, e o Caged, às 14h, que deve mostrar perda de ritmo na geração de empregos formais. A mediana das estimativas aponta para saldo de 79.120 vagas, abaixo das 85.147 abertas em outubro.
Esse quadro reforça a avaliação de que são reduzidas as chances de o Copom iniciar cortes na Selic já em janeiro. Ainda assim, uma desaceleração mais clara do emprego pode sustentar apostas em início do ciclo de afrouxamento monetário no primeiro trimestre, a partir da reunião de março.
No campo orçamentário, o Estadão informou na sexta-feira que o Congresso reduziu R$ 11,3 bilhões em despesas obrigatórias no Orçamento de 2026, aprovado no dia 19, para ampliar recursos destinados a emendas parlamentares e ao fundo eleitoral.
O relator-geral, Isnaldo Bulhões, promoveu cortes de R$ 6,2 bilhões em benefícios previdenciários e de R$ 391 milhões no seguro-desemprego.
Em 2026, o governo federal também deve enfrentar um calendário de pagamento de emendas aprovado pelo Legislativo que concentra repasses no primeiro semestre, antes do período eleitoral.
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