A EQI – uma das maiores assessorias financeiras do País, com cerca de R$ 50 bilhões sob custódia – se prepara para montar uma financeira.
O objetivo é atender a PJ de quem hoje é cliente da EQI na pessoa física, o fundador e CEO Juliano Custódio disse ao Brazil Journal.
“Muitos dos nossos clientes têm empresas que precisam de crédito, e hoje só atendemos essa demanda parcialmente,” disse ele.
A EQI monta operações de crédito estruturado, como CRIs, CRAs e debêntures. Com a financeira, quer conceder empréstimos, especialmente linhas clean, como capital de giro.
Custódio disse ter em caixa o capital para iniciar a financeira: metade dos recursos recebidos do BTG, que pagou R$ 220 milhões por 49% da empresa, num negócio anunciado em 2020, mais lucros acumulados.
O processo de consulta ao Banco Central para obter a licença para a financeira será feito no começo de 2026, segundo o empresário.
Com os números de 2025 praticamente fechados, a EQI cresceu 35% em custódia este ano e deve faturar R$ 700 milhões, com uma margem líquida em torno de 15% – o dobro da de 2024.
Segundo Custódio, a margem foi menor no ano passado porque a empresa contratou mais assessores “para treinar” e investiu em processos para ter maior padronização na indicação de investimentos.
“A concorrência sofreu com a falta de controle sobre os assessores. Nós buscamos evitar isso,” afirmou.
O benchmark na cabeça de Custódio não são os grandes escritórios de assessoria financeira dos Estados Unidos, que chegam a ter centenas de bilhões de dólares sob custódia, mas a Salesforce e sua esteira de atendimento ao cliente – com áreas responsáveis por pré-venda, conversão, atendimento e pesquisas de satisfação.
Custódio fundou a EQI – inicialmente, o blog Eu Quero Investir – em 2008, depois de trabalhar quatro anos na XP como gerente regional em Santa Catarina.
Em 2020, a empresa encerrou a parceria com a XP para se associar ao BTG, num período em que os dois bancos estavam disputando AAIs agressivamente.
Como a regulação não permitia a entrada de sócios capitalistas nos escritórios, a EQI se tornou uma corretora. Com a mudança da legislação, em 2023, outros escritórios desistiram de virar corretoras porque isso envolve mais custos e controles.
“É preciso usar essa licença para criar receitas que compensem os custos maiores,” disse ele. Na EQI, a corretora serve como plataforma para criar e distribuir produtos próprios, como títulos privados.
Custódio disse que o plano de longo prazo é se tornar um banco para conseguir captar recursos de forma mais barata, emitindo CDBs com garantia do FGC.
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