Suprema Corte de Delaware restaura pacote de remuneração de US$ 56 bilhões de Elon Musk

Em resposta à decisão anterior, o bilionário transferiu algumas de suas empresas para fora de Delaware, incluindo a mudança da sede da Tesla para o Texas.

Musk afirmou ter se sentido “justificado” com a decisão de sexta-feira e comentou em uma publicação posterior no X: “Eu tento não começar brigas, mas sei como terminá-las”.

A restauração do pacote salarial fortalece a posição de Musk na Tesla, uma empresa de capital aberto na qual ele detém uma participação significativa, de dois dígitos, responsável por impulsionar grande parte de sua fortuna, estimada em mais de US$ 600 bilhões (aproximadamente R$ 3 trilhões).

No início deste ano, os acionistas da Tesla votaram a favor da concessão de um pacote de remuneração ainda maior, no valor de US$ 1 trilhão, condicionado ao cumprimento de metas comerciais. A medida busca manter Musk vinculado à empresa pela próxima década.

Quando foi firmado, em 2018, o acordo salarial já era considerado de proporções inéditas. O juiz de Delaware que posteriormente o anulou escreveu que se tratava da “maior oportunidade potencial de remuneração já observada nos mercados públicos”, sendo “250 vezes maior” do que a remuneração mediana de executivos em posição semelhante à de Musk. Também era “33 vezes maior” do que o plano comparável mais próximo — o pacote de remuneração anterior do próprio Musk.

A decisão da Suprema Corte de Delaware foi sucinta. “Revertemos a decisão do Tribunal de Chancelaria de rescindir o contrato e concedemos uma indenização simbólica de US$ 1”, afirma o texto.

Segundo a Corte, o Tribunal de Chancelaria errou ao anular o acordo, pois a reversão deixaria “Musk sem qualquer compensação pelo tempo e esforço dedicados ao longo de seis anos”. Musk não recebe salário tradicional na Tesla, sendo remunerado por meio de pacotes periódicos baseados em ações.