Os mercados de criptomoedas continuam sob pressão nesta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, com Bitcoin recuando e a capitalização total do setor testando novamente o piso de US$ 3 trilhões. A queda reflete a volatilidade mais ampla nos mercados financeiros globais, impulsionada por incerteza sobre políticas de juros nos principais bancos centrais e dados econômicos mistos.
Bitcoin, que tentou recuperar o patamar dos US$ 90 mil após a divulgação de dados do mercado de trabalho dos EUA, não conseguiu sustentar os ganhos. A criptomoeda enfrenta níveis críticos de suporte em torno de US$ 83.712, enquanto a resistência está marcada em US$ 94 mil, segundo análises técnicas recentes.
A divulgação de dados de criação de empregos acima do esperado nos EUA reduziu as expectativas de cortes rápidos de juros pelo Federal Reserve, pressionando ativos de risco globalmente. Este movimento desencadeou uma saída de capital de mercados emergentes, incluindo o Brasil, onde o dólar subiu acima de R$ 5,46 em sessões recentes.
O Federal Reserve manteve sua posição cautelosa, com a terceira redução de juros do ano levando a taxa para 3,5%-3,75%. No entanto, a resposta do Bitcoin foi morna, sinalizando que o mercado cripto está cada vez mais sensível a fatores macroeconômicos mais amplos.
A atividade econômica nos EUA desacelerou em dezembro, atingindo o ritmo mais fraco desde junho, com queda nos novos pedidos tanto para manufatura quanto para serviços. Este cenário de desaceleração, combinado com a indefinição sobre o caminho das taxas de juros, mantém a aversão ao risco nos mercados financeiros.
A Bolsa de Valores do Brasil (B3) caiu 2,42% em sessão recente, refletindo a pressão global. O dólar comercial subiu 2,38% em dezembro, enquanto a dívida pública brasileira foi revisada para cima, estimada em 84% do PIB para 2026, ante projeção anterior de 76,54%.
Os preços do petróleo atingiram o menor patamar em sete meses, pressionados pela expectativa de avanço nas negociações entre Rússia e Ucrânia. Esta queda nos preços de energia tem implicações significativas para economias dependentes de importações de petróleo e afeta as perspectivas de inflação global.
A geopolítica emergiu como fator crítico para os mercados em dezembro de 2025. Donald Trump anunciou o bloqueio total de petroleiros venezuelanos, declarando que a Venezuela está “completamente cercada pela maior armada já reunida na história da América do Sul”. Esta ação ameaça a exportação de petróleo venezuelano, principal fonte de receita do país, com potencial para elevar preços globais de energia.
Maduro respondeu pedindo paz, mas a tensão permanece elevada. O impacto econômico desta escalada pode ser significativo para economias dependentes de importações de petróleo, como Brasil e Europa.
Os EUA e Paraguai assinaram acordo de cooperação militar, posicionando o Paraguai como rota estratégica contra narcotráfico e contendo o avanço chinês na região. Este movimento integra a nova Estratégia de Segurança Nacional de Trump, resgatando elementos da Doutrina Monroe.
As políticas tarifárias de Trump também ganham destaque, com especialistas prevendo impactos significativos em cadeias de suprimentos globais. O Brasil pode ser forçado a se aproximar da China em negociações comerciais, alterando fluxos comerciais tradicionais.
Investidores continuam monitorando fluxos de ETFs de Bitcoin e dados on-chain para sinais de liquidez e saída de capitais. Os próximos indicadores macroeconômicos, incluindo dados de inflação e novos relatórios de emprego, serão críticos para determinar o próximo movimento dos mercados cripto e financeiros.
Os mercados aguardam comunicados dos principais bancos centrais, particularmente do Federal Reserve, para sinais sobre o momento de novos cortes de juros. Dados de atividade empresarial nos EUA e China também serão monitorados de perto.
A volatilidade deve permanecer elevada enquanto investidores reprecificam expectativas de juros, lucros corporativos e riscos geopolíticos. Para o setor cripto, a recuperação dependerá de uma melhora no sentimento de risco global e de sinais mais claros sobre a trajetória das políticas monetárias.
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