Suzano (SUZB3) saiu do Investor Day de 2025 com uma mensagem clara para o mercado: o ciclo da celulose ficou mais duro, e a resposta da companhia será menos disSuzano (SUZB3) saiu do Investor Day de 2025 com uma mensagem clara para o mercado: o ciclo da celulose ficou mais duro, e a resposta da companhia será menos dis

Suzano (SUZB3) troca otimismo por realismo no Investor Day, dizem analistas

2025/12/16 04:05

Suzano (SUZB3) troca otimismo por realismo no Investor Day, dizem analistas

Suzano (SUZB3) saiu do Investor Day de 2025 com uma mensagem clara para o mercado: o ciclo da celulose ficou mais duro, e a resposta da companhia será menos discurso e mais disciplina. A avaliação aparece de forma direta em relatório do BTG Pactual divulgado após o evento, que destacou a mudança de tom da empresa e a tentativa explícita de recalibrar expectativas de preço, investimentos e alavancagem em um setor pressionado pelo excesso de oferta.

Segundo os analistas do BTG, o Investor Day teve um “tom inegavelmente mais duro e realista”, algo que surpreendeu parte do mercado acostumada a uma narrativa mais construtiva. Para o banco, a Suzano decidiu reconhecer publicamente os desafios estruturais do setor, principalmente a expansão acelerada de capacidade na Ásia, a integração vertical na China e níveis de operação abaixo do ideal, fatores que limitam o poder de precificação no curto e médio prazos.

BTG vê tentativa de ‘reset’ nos preços e menor espaço para otimismo

Na leitura do BTG Pactual, a principal mensagem do Investor Day foi a tentativa da Suzano de “resetar” a referência de preços da celulose, agora mais próxima de uma faixa entre US$ 550 e US$ 585 por tonelada. Para os analistas, qualquer recuperação mais relevante dependerá de cortes efetivos de capacidade, algo ainda incerto em um ambiente no qual cerca de 10% da capacidade global de hardwood opera com prejuízo.

“O tom do Suzano Day foi mais conservador do que o esperado, mas elogiamos a coragem da gestão em não suavizar os desafios e em explicar como pretende navegar esse cenário mais complexo”, afirmam os analistas do BTG no relatório. O banco também destacou que taxas de operação abaixo de 90% reduzem significativamente o poder de precificação do setor, reforçando a leitura de um ciclo estruturalmente mais pressionado.

Apesar disso, o BTG vê avanços importantes na estratégia operacional. A Suzano indicou custo caixa praticamente estável até 2027, em torno de R$ 787 por tonelada, além de um capex mais enxuto, estimado em R$ 10,9 bilhões, considerado um alívio após anos de investimentos mais pesados. Outro ponto bem recebido foi a redução da meta de endividamento, com novo alvo de US$ 11 bilhões em dívida líquida, ante US$ 12 bilhões anteriormente.

SUZB3 reforça disciplina e aposta em execução e fiber-to-fiber

Do lado da companhia, o Investor Day deixou claro que o foco para os próximos anos será extrair valor dos investimentos já realizados, com atenção especial aos ativos ligados à joint venture com a Kimberly-Clark e às operações de bens de consumo. A Suzano também reforçou sua estratégia de fiber-to-fiber (F2F), vista como um vetor estrutural de crescimento ao ampliar o mercado endereçável da celulose de fibra curta.

Na apresentação institucional, a empresa reconheceu que a expansão de capacidade na América Latina e na Ásia, combinada com custos mais elevados de madeira em algumas regiões, mantém pressão sobre margens por um período prolongado. Ainda assim, destacou que parte relevante dessa nova oferta opera abaixo da linha d’água, o que pode levar a fechamentos ao longo do tempo.

Para o BTG, mesmo com a frustração dos investidores diante do desempenho recente das ações, o valuation atual da SUZB3 já reflete grande parte desse cenário adverso. O banco mantém recomendação de compra, avaliando que a Suzano segue bem posicionada no “bottom-up”, ainda que a reprecificação do papel dependa de fatores macro e de uma melhora mais clara no equilíbrio entre oferta e demanda.

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