O advogado João Henrique Nascimento de Freitas, que é um dos responsáveis pela representação de Jair Bolsonaro (PL) na sua execução penal e ação penal no STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou neste domingo (14.dez.2025) que o ex-presidente foi diagnosticado com duas hérnias inguinais. Segundo ele, a equipe médica de Bolsonaro recomendou que o ex-chefe de Estado passasse por uma cirurgia para tratar o quadro.
“A equipe médica acaba de deixar a Superintendência da Polícia Federal após realizar exames de ultrassonografia no Pr. @jairbolsonaro. Os exames identificaram duas hérnias inguinais, e os médicos recomendaram que ele seja submetido a um procedimento cirúrgico, a única forma de tratamento definitivo para o quadro”, escreveu no X.
Bolsonaro passou por um exame de ultrassom na Superintendência Regional da PF neste domingo depois de o ministro do STF Alexandre de Moraes autorizar a realização do exame na noite de sábado (13.dez), por pedido da defesa.
Dois dias antes, o ministro havia determinado a realização de perícia médica oficial para avaliar se Bolsonaro necessita de intervenção cirúrgica imediata. A análise será feita pela PF (Polícia Federal) no prazo de 15 dias.
Moraes solicitou a perícia porque, em 9 de dezembro, a defesa havia pedido procedimento cirúrgico por “novas intercorrências médicas”. Foram anexados relatórios de médicos particulares. O requerimento, direcionado a Moraes, também solicitava que o ex-chefe do Executivo voltasse à prisão domiciliar. Eis a íntegra (PDF – 2 MB).
Uma das cirurgias se enquadra no tratamento dos soluços, que, segundo os médicos, são uma sequela das intervenções abdominais realizadas depois da facada que o ex-presidente sofreu em 2018.
Segundo o texto do pedido, uma vez que Bolsonaro não melhorou com remédios e medidas clínicas usuais, é recomendada uma intervenção para “bloqueio anestésico do nervo frênico”. O nervo frênico é responsável pelo movimento do diafragma, principal músculo da respiração. A aplicação de anestesia visa à diminuição dos movimentos para alívio dos soluços.
A outra cirurgia, de acordo com a defesa, é necessária “em razão da piora do diagnóstico de hérnia inguinal unilateral”. Trata-se da saliência de uma parte do conteúdo abdominal –geralmente intestino ou gordura– através de um ponto fraco na parede abdominal na região da virilha (canal inguinal), apenas de 1 lado (esquerdo ou direito). O relatório médico anexado pelos advogados recomenda uma cirurgia para correção da hérnia.
Moraes, por sua vez, respondeu que que os exames apresentados não são atuais e que nenhum documento médico encaminhado pela defesa indica urgência. O ministro lembrou que Bolsonaro passou por exame médico-legal em 22 de novembro, dia da prisão, sem registro de condição que indicasse necessidade imediata de intervenção.
A defesa, então, entrou com um pedido pela realização de um exame de ultrassom em 11 de dezembro. Os advogados argumentaram que o intuito da medida era suprir a “atualidade dos exames” e “facilitar a pronta conclusão da perícia oficial”, “sem qualquer interferência na autonomia técnica da Polícia Federal”.

